
Mais uma vez acabou (ou nem começou) em nada . Milhões e milhões de caracteres impressos nos jornais (em vão), horas de transmissão na TV (em vão) na tentativa de evidenciar e trazer a conhecimento público as absurdas e inconcebíveis tramóias de nossos “ilustres” senadores e todas “vossas excelências”(em picaretagem) que nos representam. Todo este esforço jornalístico para que tudo acabasse novamente em uma surreal mesmice. Nada de soluções aos problemas da nação, nada de correções, nada de repreensões, nada de indiciamentos, nada de processos, nada de nada. Assim como "nada" é a melhor expressão da produção positiva da política brasileira... Nada.
Antes, sob a desculpa do ano de campanha, tínhamos um ano de total inoperância, hoje, este “período de campanha” inicia logo após a posse dos eleitos no último pleito e se estende até o próximo. Se somássemos as horas que os políticos produzem em prol do bem da nação o resultado talvez apontasse míseros um ou dois meses em quase duas décadas de retorno da democracia ampla, e ainda assim, dois meses fragilizados por confortáveis “recessos” políticos, férias, afastamentos ou simplesmente ausência injustificada.
Bom, se existe de fato o fator presencial destes ilustres nos seus locais de trabalho, este serve para outra produção, a de MARACUTAIAS! Estas sim demandam reuniões cansativas em qualquer horário, inclusive em casas alugadas para encontros que atravessam as madrugadas e com muitas assessoras para dar o “suporte” necessário aos grupos de trabalho. Também vemos incontáveis “forças-tarefas”, parcerias sólidas e produtivas com a iniciativa privada que produzem $resultado$ de dar inveja a qualquer corporação de alto desempenho. De fato, nunca se trabalhou tanto em Brasília como nestes 20 anos de democracia.
A institucionalização da Maracutaia é latente. Se não fosse, tudo que lemos, ouvimos e provamos a respeito delas nos últimos anos teriam tido desfechos radicalmente diferentes. Desfechos que teriam mudado os rumos da política brasileira, sendo marcos de uma evolução para o terceiro milênio. Mas, infelizmente nem estes desfechos, nem quaisquer outros ocorreram. Falar em institucionalização da corrupção pode soar exagero é claro, mas sinceramente receio que em breve veremos a convocação de uma nova “assembléia constituinte” para formalizá-la na carta magna. E tudo por culpa nossa, no plural, derrota coletiva.
Perda da democracia, censura, continuísmos de governos pseudo-esquerdistas, Chaves, Lula, , FHC, PT, PSDB, TCC, Pão com patê... Nada disso causa mais temor. O Brasileiro atingiu o ápice de sua letargia. Nossa indignação não consegue romper com nada mais que comentários e frases que não atingem nem mesmo quem as emite. “Que pouca-vergonha”, “Que medo”, “Onde vamos parar”... Nada mais deve ser dito. Devemos aceitar nossa resignação por completo comemorando nossa Copa do Mundo de 2014, e continuar acompanhando a produção jornalística da política apenas como entretenimento, ou, para os mais empreendedores, como pesquisa de oportunidades de emprego (famosa teta) e negócios. Voto? Deveria passar a ser vendido SIM, afinal, porque deveria ser de graça se faz parte de um grande negócio?
Mas, é como falei... Nada mais deve ser dito, inclusive por mim, pois eu também me incluo no time dos letárgicos. Aliás, parafraseando um dos poucos políticos do bem que passaram por esta terra: “Que atire a primeira pedra” quem não esteja neste time também.
Giovani Zanon
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