quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Esqueceram o Sermão do Bom Ladrão....


O instinto de sobrevivência foi nos concedido na matriz da criação. Creio que deus assoprou no nariz do homem de barro e disse: “Agora se vira”! Tudo que o homem inventou para “se virar” depois disto, não é culpa do homem de barba grande e branca da qual somos a imagem e semelhança.  Talvez seja culpa da tal árvore da sabedoria, que logo tratamos de adaptar para a árvore da “malandragem”.

Sobreviver a tantas eras hostis que passamos, cunhou na nosso DNA a prática do instinto da sobrevivência PRÓPRIA e não da espécie...  Outros animais também seguem nesta linha, porém, por total força da falta de razão. Já o homem, que ganhou a razão e a sabedoria, ignorou estas sagradas ferramentas e quis acompanhar o resto dos animais ao invés de evoluir para o instinto de sobrevivência COLETIVA.

E o tempo passou.. e passou.. e esta mania de cuidar em primeiro lugar do próprio umbigo e bem estar, nos ensinou a arte de corromper, putrificar, deteriorar (Sinônimos de corrupção) outras pessoas para obter vantagens. Assim, a CORRUPÇÃO esteve dando as cartas em todas as formas de organização civil e política da história. Lá estava ela enraizada seja nas tribos, califados, reinados, republicas, famílias, etc... como ferramenta mais conhecida na obtenção de vantagem pessoal.  Até que um belo dia, um Padre resolveu falar da maldita em um sermão. Muito motivado, quem diria, pela corrupção que se instalava nas terras do novo mundo (Um tal de Brasil) pertencentes a coroa portuguesa, corte na qual prestava seus sagrados serviços.

O Padre Antônio Vieira escreveu o Sermão do Bom Ladrão em 1655 e o tascou na cara da corte de D. João IV, incluindo o próprio. Em um discurso de grande risco, mesmo que calculado, à própria pele, criticou de forma cirúrgica todos que estavam se valendo das nobres posições para enriquecer ilicitamente com toda a facilidade que as riquezas do além-mar proporcionavam.

Disse ele em um trecho:
“(...) Levarem os reis consigo ao paraíso os ladrões, não só não é companhia indecente, mas ação tão gloriosa e verdadeiramente real, que com ela coroou e provou o mesmo Cristo a verdade do seu reinado, tanto que admitiu na cruz o título de rei.  Mas o que vemos praticar em todos os reinos do mundo é, em vez de os reis levaram consigo os ladrões ao paraíso, os ladrões são os que levam consigo os reis ao inferno”.
E em um outro qualquer:
“(...) aquele que tem obrigação de impedir que se furte, se o não impediu, fica obrigado a restituir o que se furtou. E até os príncipes que por sua culpa deixaram crescer os ladrões, são obrigados à restituição; porquanto as rendas com que os povos os servem e assistem são como estipêndios instituídos e consignados por eles, para que os príncipes os guardem e mantenham com justiça.”

E o tempo passou.. passou... E o sermão continua o mesmo. Mas nos tempos modernos, a novidade agora é disputar quem roubou mais que o outro e quem roubou primeiro e, ainda por cima, cometem a injustiça de esquecer de incluir Barrabás nesta disputa pelo primeiro lugar. Avisem os marqueteiros de plantão que poderão se servir de um período maior da história para achar culpados para colocar na frente e dizer... “FOI ELE”!

E o povo? Continua míope, procurando um lado para se colocar a serviço. Ignorando que não há boas intenções nestes que se propõem a dedicar a vida a um ofício no qual as principais atividades são a de transformar em privado o que antes era público. A de criar a dificuldade para vender a facilidade. A de usar a mentira como única via da comunicação e posicionamento. A de manipular pessoas de bem para obter o resultado do mal. A de se apropriar das instituições para construir mansões.

Não há virtude em nenhuma sigla, consequentemente, não há lado certo desta história que você possa tomar lugar nas fileiras. Não se acometa de tamanha ingenuidade. Não seja instrumento de propagação da desinformação. Seja sim vigilante. Seja questionador até do que vez ou outra possa ser uma ação “acertada”... porque a chance dela ter, em algum nível, um tanto de “errada” é gigantesca.

Seja do partido dos que não tem partido e acredite somente naqueles que nada tem a ganhar com as posições que defendem.  Já dizia um saudoso poeta da música de protesto.. “O que está na escuridão, deverá ser revelado. Não estamos aqui para julgar entre o que é bom e o que é ruim, mas sim fazer o que é certo”.



Giovani Zanon

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Passeando passa o passado



É devagar que o ontem se torna passado...  

De passado prematuro até se tornar algo que o tempo levou, se percebe pouco quanto leva até surgir a primeira saudade. Para todo perigo do corpo há uma dor, e não é diferente com o perigo da distância. Saudade dói pra avisar de alguém e outrem que precisa ser lembrado e pensado mais vezes.

Deveríamos falar “pessoas que passei pela vida delas” ao invés de “pessoas que passaram na minha vida”, pois a gente mais passeia pelos outros do que somos visitados em nós mesmos. Mas sempre há aquela sensação insistente de que tudo no mundo passa por nós, como se centro fossemos, quando na realidade é a gente que esta sempre vagando... Vai tramando invisível uma amarra continua, passando por alguém que esta passando por mais alguém, que esta dividindo com alguém, que passou por todos de antes e irá levá-los a tantos depois. Todos passando pelas vidas uns dos outros sem que nada seja centro...

Quando se divide a felicidade é que ocorre o plantio da amizade. É quando se espalha a alegria, que se rega a cumplicidade. O verdadeiro bem-querer se estabelece no estado de graça da troca humana, e sublima a intensidade do nosso nexo.  Irmandade independe da origem dos laços. Basta apenas que eles existam.

Se pudesse sentir saudade antecipada, o faria para não dar chances ao barco do acaso para decidir quem vai ou quem fica. Convivência não é presença física. Convivência é saber da vida de quem se quer ter por perto.  Saber os fatos, as pequenas ou grandes conquistas, os humores do dia ou as novidades da semana. Não deixe de lado nem mesmo as tolices e as futilidades, porque tudo isto é um presente generoso da vida que pode enfeitar suas prateleiras de boas lembranças.

Não se pode apressar nem retardar... Vai seguir na exata e estática velocidade do universo sem que você possa fazer nada. Um tic-tac após o outro, seremos eternos prisioneiros do agora. Pois é passeando que passa o passado. De passo leve, sem pressa, desligado e de pensamento longe. Transformando vagarosamente tudo que toca. Passa num leve sussurro quando perto e faz notável barulho quando longe.


Giovani Zanon

domingo, 16 de outubro de 2011

Upgrade para a oração do "Pai Nosso"....



Resolvi refletir melhor sobre a oração que rezava todo dia... A minha leitura foi esta:

Grande Pai do universo, criador de tudo e de todos, Reconhecida, exaltada e respeitada seja sua existência em todas as personificações que conhecemos indiferente de credo ou cultura.

Que toda sua criação viva plenamente conforme sua intenção, tanto neste plano como em qualquer plano físico ou espiritual.

O equilíbrio perfeito da natureza nos deu para vivermos sob sua ampla regência e sustentação, e por isto devemos total gratidão e o esforço para contribuir com este equilíbrio.

Perdoe todos nossos desvios, ganâncias, crueldades, egoísmos e maus pensamentos, e nos dê a grandeza e a iluminação para perdoarmos a todos nossos iguais em suas faltas e ofensas.

Nos mantenha firme no propósito do bem e nos afaste das ilusões de uma vida fácil, nos lembrando sempre que o caminho da salvação é curto estreito e acidentado, nos conduzindo pelo caminho do amor, caridade, justiça e bondade. Amém!

sábado, 24 de setembro de 2011

O que as estrelas escrevem...



Desde as pedras fundamentais de Asuramaya, esta traçado que todos irão contribuir para o desdobramento da trama da temporalidade.  E de cada imagem primordial, cunhar uma fração na matriz de imaterialidade que se perpetuará...

Repetir a experiência que deverá ser repetida, e repetida, e repetida, e repetida. E aperfeiçoada, e aperfeiçoada, e aperfeiçoada.  E contemplada e contemplada. E vivida. Imperativa sendo a proporção de quatro para três, três para dois, dois para um.

Arquétipo a arquétipo, a arquitetura suprema do Supremo Arquiteto da existência vai sendo conduzida. Tão resignada a desígnios, quanto detestariam os que pensam reger ou dominar a “Si Mesmo”.


E por assim serem, anteriores e mais abrangentes que a consciência do ego, é que mantém os rumos de tudo e todos atraídos e amarrados ao destino final... Se destino é sentença, é também pedra. Se destino é ciclo, é também vácuo.

A cada ponto Vernal, a leitura de um novo capitŭlum desta escrita. Eis que partimos do mesmo ponto da curva, eis que partimos do mesmo sopro de Antares, a mando de Artêmis,  para eliminar o caçador.

Pelas mãos do Grande Arquiteto veio ao Universo.

Pela rotação do Universo veio para minhas mãos.

De minhas mãos ascenderá ao Universo.

Lá acenderá a próxima luz que manterá a minha própria sombra acessa até quando eras houverem. 

Traço de mim que traçará por si só e pelo próximo.

Eco de mim que ecoará mais alto e abrirá mais uma oitava.

Ressonância do infinito até a última poeira cósmica que restar do amor.

Minha filha.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Certidão de nascimento de uma revolução



Entre o período colonial e Império, os mandatários Portugueses conseguiram abafar diversos movimentos conspiratórios revolucionários no Brasil. Precisamente, foram 32 conflitos que as tropas portuguesas - e posteriormente imperiais - precisaram combater nos mais distantes rincões do Brasil. Do Maranhão até a Cisplatina. Do Rio de Janeiro até as Minas Gerais.  Não fosse o Império ter saído vencedor destas peleias, talvez hoje o Brasil fosse um aglomerado de países menores sem expressão, sem unidade, sem força política, tal qual acontece no restante do mapa da América do Sul. Antes que me acusem de bairrista nas próximas linhas, que fique claro que sou um dos que festeja o êxito que o os imperadores lograram em todas estas campanhas, pois isto permitiu que o Brasil mantivesse suas dimensões continentais e  com isto se tornar o país que é hoje.

Destas 32 revoluções, apenas duas são mais lembradas. Uma é a Inconfidência Mineira, que como próprio nome diz, houve uma IN-confidência de alguns delatores que acabaram com o movimento antes mesmo dele eclodir. Por ironia, este fracassado acontecimento virou feriado nacional, e um dos seus conspiradores, um mártir nacional (Tiradentes). Mas pela pobre contribuição que teve em uma efetiva mudança da história do país, para mim, não deveria ser nem ser feriado estadual em Minas Gerais (quem dirá no país inteiro).

A outra foi tramada por alguns caudilhos, lideranças militares e políticas,  contra a tirania e exploração do Império.  Contou histórias extraordinárias, teve batalhas épicas, e foi a guerra civil mais longa de toda história política do Brasil. O desfecho não contou com a criação de uma nova república como queriam os revolucionários, mas deixou o caminho aberto e traçado para que o Brasil se tornasse República alguns anos mais tarde. Esta segunda chamou-se REVOLUÇÃO FARROUPILHA e é festejada apenas no Rio Grande do Sul, onde se comemora o feriado no próximo dia 20 de setembro.  Para o resto dos brasileiros, ela soa apenas como um apego bairrista, mas esta sim, deveria ser comemorada com feriado nacional por todos brasileiros que muito puderam sonhar com um país livre e democrático, a partir dos ideais Farroupilhas.

Abaixo, transcrevo a “certidão de nascimento” deste movimento. O documento é um balaústre, espécie de “ata” de uma reunião da então Loja Maçonica “Philantropia e Liberdade”:

                Extrato do Balaústre No 67 de 18 de setembro de 1835

Aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 E:. V:. e 5835 V:. L:., reunidos em sua sede, sito à Rua da Igreja, nº 67, em lugar Claríssimo, Forte e Terrível aos tiranos, situado abaixo da abóbada celeste do Zenith, aos 30º sul e 5º de latitude da América Brasileira, ao Vale de Porto Alegre, Província de São Pedro do Rio Grande, nas dependências do Gabinete de Leituras onde funciona a Loj:. Maç:. Philantropia e Liberdade, com o fim de, especificamente, traçarem as metas finais para o início do movimento revolucionário com que seus integrantes pretendem resgatar os brios, os direitos e dignidade do povo Riograndense. A sessão foi aberta pelo Ven:. Mestre, Ir:. Bento Gonçalves da Silva. Registre-se, a bem da verdade, ainda as presenças dos IIr:. José Mariano de Mattos, ex- Ven:., José Gomes de Vasconcellos Jardim, Pedro Boticário, Vicente da Fontoura, Paulino da Fontoura, Antônio de Souza Neto e Domingos José de Almeida, o qual serviu como secretário e lavrou a presente ata. Logo de início o Ven:. Mestre, depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente reunião, de caráter extraordinário, informou a seus pares que o movimento estava prestes a ser desencadeado. A data escolhida é o dia vinte de setembro do corrente, isto é, depois de amanhã. Nesta data, todos nós, em nome do Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo que reina no país. Na ocasião, ficou acertada a tomada da capital da província pelas tropas dos IIr:. Vasconcellos Jardim e Onofre Pires, que deverão se deslocar desde a localidade de Pedras Brancas, quando avisados. Tanto Vasconcellos Jardim como Onofre Pires, ao serem informados, responderam que estariam a postos, aguardando o momento para agirem. Também se fez ouvir o nobre Ir:. Vicente da Fontoura, que sugeriu o máximo cuidado, pois certamente, o Presidente Braga seria avisado do movimento. O Tronco de Beneficência fez a sua circulação e rendeu a medalha cunhada de 421$000, contados pelo Ir:. Tes:. Pedro Boticário. Por proposição do Ir:. José Mariano de Mattos, o Tronco de Beneficência foi destinado à compra de uma Carta da Alforria de um escravo de meia idade, no valor de 350$000, proposta aceita por unanimidade. Foi realizada poderosa Cadeia de União, que pela justiça e grandeza da causa, pois em nome do povo Riograndense, lutariam pela Liberdade, Igualdade e Humanidade, pediam a força e a proteção do G:. A:. D:. U:. para todos os IIr:. e seus companheiros que iriam participar das contendas. Já eram altas horas da madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o Ven:. Mestre que todos deveriam confiar nas LL:. do G:. A:. D:. U:. e, como ninguém mais quisesse fazer uso da palavra, foram encerrados os trabalhos, do que eu, Domingos José de Almeida, Secretário, tracei o presente Balaústre, a fim de que a história, através dos tempos, possa registrar que um grupo de maçons, homens livres e de bons costumes, empenhou-se com o risco da própria vida, em restabelecer o reconhecimento dos direitos desta abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo sul de nossa querida Pátria.

Oriente de Porto Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 da E:. V:., 18º dia do
sexto mês, Tirsi, da V:. L:. do ano de 5835.
Ir:. Domingos José de Almeida - Secretário


segunda-feira, 2 de maio de 2011

Teorias "Políticos-pseudo-conspiratórias-exageradas"


Lá estava eu curtindo a noite do meu domingo, tal qual algumas bilhões de pessoas, quando a notícia chegou... “BUUM”!!  Em poucos minutos já não havia mais saída. TV, Redes Sociais, Portais web, Pombo correio, vizinho que fala alto, enfim... Todas as vias possíveis de informação que poderiam chegar até o meu sofá estavam tomadas pela manchete:  “MORRE OSAMA BIN LADEN”.

Prevendo a encheção de lingüiça que se seguiria após a manchete, me limitei a um breve comentário virtual sobre o local do grande feito. Mas, passadas 24hs, não pude sofrear-me e dei carta branca para a minha escassa massa cinzenta degustar o assunto. Eis que devido ao excesso de alho na sopa da janta de hoje, minha mente pode vislumbrar todo o cenário de embuste que envolve o suposto ataque cirúrgico que culminou com a morte do desgraçado número um na lista do FBI.  A medida que o alho chegava a minha corrente sanguínea, pensava longe sobre o momento político-econômico dos EUA e de tudo que aconteceu nos últimos 10 anos de idas e vindas da “guerra contra o terrrrrrrror” encabeçada pelos “Green-Go”. E antes da última colherada do prato fundo, veio a luz uma suposição óbvia para o ocorrido.

Agora, com o aroma peculiar do alho entre os dentes, vou compartilhar minha opinião conspiratória-política-exagerada sobre a morte de Osama: 
- É simples, o Ama com B, o Obama, está em “troubles” com popularidade e economia... Então, ligou pro Bush e pediu conselhos de como sair desta. Assim como Bush disse para Nestor Kirchner uma certa vez em conversa privada: “Não há nada como uma guerra para equilibrar a economia de um país”, ele tentou dar o mesmo safo conselho ao simpático sucessor que de pronto refutou a solução, uma vez que entraria em um limbo de contradições... Mas rapidamente,  seu cérebro tão largo quanto seu sorriso concluiu: “Posso não ter como começar uma nova guerra, mas posso ACABAR com uma delas, mesmo que de mentirinha”!!!!
Continuando (é aqui que entra a conspiração exagerada), é FATO (que eu mesmo acabei de determinar) que o Ama com S, o Osama, já estava morto a anos (talvez uns 5) só não havia sido divulgado, pois com Osama morto, se enfraqueceriam as justificativas  de gastar 185 bilhões por ano com a guerra anti-terror. Assim como a Al-Qaeda não teria porque gritar aos 4 cantos a morte do seu líder, sendo que isto poderia também desmotivar aliados espalhados pelo globo... Mas agora, parece que os mesmos motivos que mantiveram o Osama vivo virtualmente até então, soaram convenientes para todos os lados (EUA e o bonde do turbante sem freio) para matá-lo virtualmente também.. Oras, matando o Osama, o Obama ganha fôlego para tentar o segundo mandato e a Al-Qaeda, que já estava meio sem gracinha... sem verbinha... sem bombinha... nos últimos tempos, ganha um MÁRTIR para retomar seus trabalhos de angariação de fundos e militantes. Então, bastou algumas reuniões para montar o script, ensaiar os atores, combinar com todo mundo, e pimba!! “WE GOT HIM” na capa do jornal.  10 anos depois de Bush ter inventado uma guerra, o Obama inventou o final dela.

Corpo? “Jogado ao mar” sob desculpas imbecis já descartadas pela própria comunidade islâmica. Fotos? Só da casa-palco da cena e também de uma sala onde mostra Hillary Clinton, Obama e uma pá de 5 estrelas com caricaturas teatrais olhado para algum monitor imaginário. Método de assalto? Invasão de grupo especial de infantaria tomando a casa pelo alto, descendo de helicópteros como vimos em mais ou menos 11.364 filmes de ação de quinta categoria. Preterindo as modernas bombas de precisão que tanto explodiram escolas e hospitais por todo oriente. Inclusive justificado ironicamente como sendo para evitar morte de civis inocentes.
Enfim, amanhã vou repetir o alho em dose dupla na sopa para poder esclarecer a todos porque a gente nunca pisou naquela merda de lua.

domingo, 14 de novembro de 2010

Episódios de vergonha alheia...



Qual é a pior situação de encabulamento? Aquela quando você é o protagonista do embaraço ou quando ali, prostrado em sua frente, alguma pobre alma do opróbrio lhe cobre de vergonha alheia?
Ela pode se deflagrar em flagrantes por vezes dramáticos, tal qual um esborracho de alguém em um tombo estúpido... Daqueles que gargalhadas e a vergonha alheia são logo substituídas pelo receio do “trauma ósseo alheio”. Ou também, em pequenos imbróglios cheios de sorrisos amarelados, como por exemplo, quando um amigo resolve cantar em uma festinha, sem que tenha a menor noção do quanto lhe falta de talento.
A vergonha alheia é um bizarro sentimento por não saber onde enfiar a cara, só que não a sua, a de outra pessoa. As vezes como antídoto, tento anular a repulsa, imaginando um filme, onde aquele mesmo pudibundo que acabara de pagar um mico “máster”, toma o lugar do “fodão”. Qualquer cena em que ele mande bem, só para que passe rápido aquele sentimento de pena cafona que só a vergonha alheia traz.
Alguns estudiosos de temas inúteis como este, afirmaram em uma pesquisa de 0% de precisão, que além da vergonha alheia ser pior que a nossa própria vergonha, ainda há um espécie de apogeu da vergonha. Ele acontece quando você está causando uma bruta vergonha em alguém, essa pessoa está tomada de vergonha alheia por você, e você em uma soliedariedade vergonhosa, sente uma vergonha alheia por ele, que ali ficou constrangido e envergonhado por você, o imbecil da vez. Ou seja, um genuíno ciclo da vergonha.
Tantos são os que envergonham, mas muito mais numerosos são os que são envergonhados. Basta ver os milhões que usam o voto para escolher um “envergonhador” que os cubra de vergonha na primeira chance, sem nem ao menos corado ficar. Afinal, rubicundos somos nós. Tiririca, depois de ser eleito como o envergonhador do ano, precisou sumir do mapa e se concentrar para o grande ato. Voltou triunfante para acertar incríveis 28% de um ditado primário, e pronto, já volta a sorrir largamente sem acanhamento algum.. 28% era algo inaceitável para a minha professora da primeira série. Ela era muito exigente. Então imagine você, se o teste fosse um ditado de separação de sílabas!!? Certamente levaria ao óbito os presentes pela causa mortis alienus verecundia. (Do latim: Vergonha alheia).
Sra. Weslian Roriz produziu a maior V.A. coletiva que “jamais na história deste país” se sentiu... Para cada segundo de exposição de suas palavras deformadas no debate, um soco imaginário de puro pejo no fígado dos espectadores. Agora imaginem o efeito devastador da vergonha, não mais apenas alheia mas sim em massa, que teríamos na ocasião da vitória desta moribunda mortalha vergonhenta?
Felizes os despudorados e caras-de-pau em geral, que conseguem inverter o termo ao ficarem alheios a qualquer sorte de vexames. Aos demais, resta esta rotina de rubores e a esperança de que aqueles que envergonham poupem os que são envergonhados.
Giovani Zanon

domingo, 29 de agosto de 2010

A saga de Leviathan!


Desmarque aquele compromisso chato, vá para casa mais cedo para evitar o trânsito, afinal você não arriscaria perder esta alegria. Prepare sua pipoca que a atração vai começar... é hora da Propaganda Eleitoral Gratuíta!! Não tem para ninguém. Desde TV Pirata, que não se via um programa humorístico tão hilário, tendo como seu momento ápice o reclame do Tiririca. A impressão que tenho, conforme os programetes vão passando, é que estou passeando pelos canais da TV a cabo> Esportes (Vote em Marcelinho Carioca) , >Música(Votem no Netinho e nos guris do KLB). Até canal adulto (Cameron Brasil Para o Congresso)!!

As eleições 2010 confirmaram a involução do debate político no Brasil. Se antes o espaço de propaganda era recheado de acusações, dedo no olho, e discussões constrangedoras sobre a costumeira incompetência e falta de ética na gestão pública, hoje é apenas a apresentação de planos de marketing, estratégias de vendas e persuasão , que vão desde aproveitar a glória do principal adversário para pegar carona, até aproveitar a glória do principal aliado para pegar carona (sei que soa redundante, mas entenderam essa não é..).

O debate político é tão pobre, tão insuficiente para a inclusão do eleitor no processo democrático, que hoje escolhemos o rumo do país influenciados pela robustez (ou limitações) do orçamento de publicidade da campanha deste ou daquele candidato.

O espaço para a bobagem é tanto, que hoje me deparei com um email de um amigo evangélico fervoroso, pedindo para não votar em Dilma porque o Temer é “satanista”, e que o próprio Temer teria proferido: “Eu era apenas um mortal, mas Leviatã esta de volta e com ele assumirei o trono...”. Não que eu não pense que a Dilma é exatamente isto, uma “besta”, mas não a da bíblia, a “quadrada” mesmo.

Ao contrário do que o e-mail “apocaPolítico” dizia, se realmente estivéssemos vivendo a eminência do “Leviathan” , a idéia não seria tão ruim assim. Mas não estou falando daquele monstro marinho da bíblia (livro de Jó), mas sim da obra-prima de THOMAS HOBES, pensador do século XXXI. Ai sim meu voto seria da acéfala Dilma.

Já que a democracia via “presidencialismo” está falida, vamos resgatar os pensadores “contratualistas”. Eles, basicamente queriam sugerir o quanto viável era um governo autônomo que partisse da vontade do povo, e que em troca trabalhasse para o povo. Hobbes quis difundir sua filosofia política sobre uma construção racional da sociedade, que permitisse explicar o poder absoluto dos soberanos, e o motivo que fazia os homens cederem a esse poder. Para Hobbes, o estado é usado como elemento de coesão social, a ferramenta da política passaria pelo debate sobre "conceito de estado de natureza do homem", ou seja, qual é a relação entre os homens sem a interferência do estado, quanto instituição de regras. Trata-se do homem em suas relações mais puras, mais primordiais, mais naturais. Hobbes tinha uma visão aristotélica nesse ponto, afinal, assim como Aristóteles, ele acreditava que o homem era um animal político, ou seja, mesmo sem “estado de regras formais” o homem mantinha relações de disputas sociais em seu “estado de natureza”. Enfim, Hobbes enxergou a grande verdade, tal seja, de que a raça humana é naturalmente, ou até instintivamente EGOÍSTA.

Então o que de fato queria o pastor que inventou aquele “spam” ao enfiar o coitado do monstro-do-lago-ness bíblico na propaganda política?? Só “Deus” sabe... Mas palpite não me falta, e todos eles estão fundados no egoísmo, no dinheiro, nas rádios-pirata evangélicas fazendo propaganda política direta ou indireta, e mais uma lista de bizarrices.

Bom, agora me dão licença que vou ler outro spam, sobre um suposto depoimento dos pais de Mario Kossel Filho, militar de 18 anos, que foi morto em um atentando que contou com a participação de Dilma Rousseff. .... Como eu dizia, já passei por todos canais do entretenimento político, mas o que tem a programação mais longa e completa, definitivamente, é o canal do Drama.

Giovani Zanon