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Quando sim é não e não é sim...
Começo a acreditar, cada vez mais, que os abismos de comunicação, que sempre estiveram presentes na relação homem-mulher, residem nas diferentes traduções que temos para duas simples palavras que são tão importantes para ambos... SIM e NÃO.
Nós homens, misturamos tudo sem clareza alguma... “Sins” e “Nãos” fazem trocas promíscuas do seu significado latente com uma velocidade incrível. Mas há quem diga que essa nossa maneira esquizofrênica de transmitir uma intenção, carregue muito mais verdade do que a obscura forma feminina de dizer o que pensa. Nós do gênero masculino, somos sinceros quando dizemos um “sim” ou “não”, o problema é que a construção deste “sim” e “não” é constante e não acaba na emissão da palavra... Hoje queremos dizer “sim” e o fazemos, amanhã iremos dizer “não” para a mesma pergunta e o faremos com igual naturalidade... É meus amigos, nunca ninguém poderá afirmar que a inconstância do saber "o que quer" pode se confundir com falta de sinceridade, pois é na verdade o excesso dela. Podemos ilustrar apenas uma exceção à esta regra, a nossa total incapacidade de dizer “não” a uma mulher quando o assunto é amor, paixão ou sexo... Homens nunca dizem “não”. Preferem se mudar para o Alaska, mudar o número do telefone, sumir a ter de dizer “não” a um flerte ou amor da qual não correspondem... O que faz dos homens um pouco mulheres com esta exceção (e somente esta), pois dizem o não com o silêncio.
E é falando delas, das mulheres, que o assunto se resume, pois me sinto apto a afirmar apenas uma coisa... Quando dizem “não” querem dizer “sim”. Quando ficam em silêncio, querem dizer “não”... E se dizem “”sim, é sim um “sim”, mas um “sim” sem verdade suficiente para se manter longe de significar “não”.
Por onde anda a velha e eficiente franqueza? Seria Cazuza um poeta ou um visionário ao dizer que mentiras sinceras o interessavam? Digo isto, pois é absurda a quantidade de “verdades inventadas” que temos ao nosso redor... O recurso da mentira como ferramenta social extrapola qualquer transparência. Ele está presente nas relações pessoais, é vista com freqüência nas relações profissionais, aparece com intensidade nos assuntos e doutrinas espirituais e se institucionaliza de forma pétrea na política. Nada mais humano que mentir...
Aprendi a ser fiel ao meu sim, quando ele é sim, e fiel ao meu não quando ele é não... Mas nunca esqueço que quem decide o momento de dizer um ou outro sou eu. A influência desta decisão passa pelo que sentimos, por tudo aquilo que acreditamos das coisas que estão escondidas atrás das tais mentiras sinceras. Hoje digo sim motivado por realidades. Por frias, cruas e perecíveis realidades. Não ouvirei os “nãos” que me atacam sustentados por verdades inventadas, pois elas nada valem nos dias de hoje... Verdades combinam com “nãos”, Realidades combinam com “sins”. Aprendamos então a ouvir as intenções que vem da alma, poupemos palavras para tornar o mundo mais real e menos verdadeiro, mesmo com toda a abstração que essa idéia possa sugerir.
Giovani Zanon
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